quarta-feira, 8 de outubro de 2008

E agora, Seu Dé?

Há treze anos morreu uma das pessoas mais importantes da minha vida. Talvez a mais importante: meu pai. No dia 8 de outubro de 1995, minha mãe gritou pela janela do sobrado: Não dá mais tempo. De lá pra cá esse dia sempre me marcou. Não poderia dizer que há treze anos perdi a pessoa mais importante da minha vida porque uma pessoa como ele não se perde: só se ganha, mesmo quando vai embora. De qualquer forma, quando eu tinha 13 anos (hoje estou fazendo contas! E isso é muito estranho pra mim, que prefiro sempre "fazer de conta" - risos) ganhei um Concurso de Poesias com uma poesia chamada Esquina da Lua. Preciso resgatá-la em algum lugar do passado, como tenho resgatado tantas outras coisas. O mais importante desse dia, fora a minha timidez ao subir no palco para receber o prêmio, foram as lágrimas do meu pai que, emocionado, tentava contê-las a todo custo sem muito sucesso. Ele era chorão, como eu. Mas eu aprendi a não conter lágrimas.
Não por acaso hoje começo a escrever meu blog. Que é uma homenagem a ele. Com todo o amor que há em mim e muitas saudades.

8 comentários:

Unknown disse...

Oi prima!
Primeiro comentario eh importante hein!
Nao sei se vc se lembra, mas quando morava em Friburgo nos trocamos algumas cartas (que eu tenho ate hoje) e vc me mandava sempre uma poesia, que eu adorava ler e sempre imaginava que nunca conseguiria escrever assim como vc. Pois eh, ate hoje nao escrevo e continuo adorando ler as suas. Agora nao precisamos mais do correio, tenho seu blog pra ler!
Quanto ao homenageado do blog, eu tenho um comentario tambem. Quando meu pequeno nasceu, seu pai foi a primeira pessoa que eu pensei porque o Joao Victor era a cara dele! Foi engracado porque eu olhei pra ele e falei:"Eh a cara do tio De". Nao sei se ainda tem alguma semelhanca, mas a boca dos dois era identica! Acho que seu pai passou por la pra visitar o sobrinho-neto naquele dia!
Beijos da prima que te adora!
Katia

Anônimo disse...

Engraçado como eu era novo, mas as vezes me identifico tanto com ele.

Bela homenagem

Eu fiquei em terceiro no concurso de poesia, por isso só escrevo Rock =)

Beijos

fabio seawright disse...

ola minha cara amiga , é muito lindo expressar sentimentos em forma de palavras , as palavras são formas de contarmos a vida e a história do mundo , continue tendo o dom das palavras para todo o sempre pois palavras escritas se perpetuam . abraços
Fabio

Unknown disse...

como voce sabe eu guardo tudo ...inclusive a poesia esquina da lua acho que ele adorou ser homenageado beijos mamy

Dennis Sieber disse...

"Luz do sol
Que a folha traga e traduz
Em ver denovo
Em folha, em graça
Em vida, em força, em luz..."

você é meio assim.

nunca deixe de ser.

feedback disse...

Parabéns pela coragem da mutação, de transformar uma data complexa em beleza singular...

E força no docorrer da tragetória...
Afinal escrita é entrega, doação e
(como dira ele), "todo o sentimento do mundo"...

Beijos

Gabi

Valeria Sattamini disse...

Pois é... Lembro bem quando ele perguntou pra tia Ana "Afinal de contas quem é que manda nessa casa?" e ela respondeu daquele jeito só dela "Eu". Pra não perder a última palavra ele retrucou "Pois é!". A casa inteira veio abaixo de tanto rir! Eu quase tive um troço!
Pois é, esse é o Seu Dé, que eu carinhosamente e cheia de intimidade pisciana chamava de Tio Dé.
Saudade de você, Tio Dé... saudade dos nossos 13 anos, Sá... foi quando a gente se conheceu, lembra? Saudade dos nossos 14, 15, 16, 17, 18..... Saudade que não dói, porque a gente a atualiza sempre.
Assim também é a saudade do Tio Dé, up to date, sempre atualizada na memória e ele... imortalizado no meu coração.
Parabéns Tio, pela filha chorona, que hoje transborda sentimentos em poesia.
Beijos cheios de saudade,

Munhoz disse...

Olá, Samara! Não é por acaso que estou aqui, mas coincidentemente (e por falar em "coincidências", emprestei seu presente de amigo secreto – lembra? – mas guardei os ensinamentos) e sem esquecer que a vida é uma eterna comunhão, um eterno emprestar pra sempre e receber sem ter que pedir de volta, nestes dias fiquei orgulhoso do meu sobrinho mais velho, meu afilhado, um tímido também no palco, em 1º lugar, quase recitando, cantando no ceu do butantã.

Eu estava lá na segunda fileira e ele não me viu durante seu show; filmei, fiz uma produçãozinha bem amadora e entreguei em dvd, e no dia do seu niver, 8 de outubro, um mp4 pra ele assistir estes momentos com a namorada.

Ele não esperava, como todos nós, que geralmente nada esperamos em certos momentos certos, mas estamos sempre assistidos em tudo. Às vezes acho que a língua do destino seja as coincidências que se encontram para lembrar que nada é por acaso.

E olha, todos que postarem um comentário aqui, podem contar um causo que não será por acauso, já que neste blog da redatora que vai além das palavras, pode-se escrever na sua própria língua, que não precisa de técnica de redação, nem de revisão, muito menos de tradução... porque aqui se fala a língua dos homens e também a dos anjos, né, seu Dé?

Um grande beijo, Samara!

Munhoz